domingo, 18 de julho de 2010

Carta ao Dr. Ivo Nesralla

A Diretoria da AFFOSPA entregou uma carta ao Presidente da FOSPA, Dr. Ivo Nesralla, na qual, muito além de comunicar a insatisfação com os problemas mais prementes que afligem o trabalho e a vida da Orquestra, manifesta a disposição dos músicos em trabalhar, de corpo e alma, em parceria com a Direção, o governo do Estado, e a sociedade em geral, para efetivamente sanar esses problemas.

Segue a transcrição integral do documento.



ILMO. SR. DR. IVO NESRALLA
MD PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO OSPA
NESTA CAPITAL

Porto Alegre, 16 de julho de 2010.

Sr. Presidente,

Através do presente ofício e cumprindo determinação aprovada em Assembléia Geral da AFFOSPA vimos solicitar providências e oferecer suporte para algumas questões cruciais que nos preocupam e influem diretamente na qualidade de nosso trabalho na Fundação OSPA. Como funcionários da Fundação OSPA, estamos mobilizados para o crescimento e desenvolvimento pleno de nossas atividades bem como interessados em melhorar as condições de trabalho e valorização de nossa profissão. Como costuma acontecer em qualquer categoria profissional, a mobilização e efetiva participação dos profissionais em torno de objetivos comuns, permitem com que problemas e soluções possam ser examinados sob diferentes ângulos. As recentes reuniões da orquestra para tratar dos temas a serem abordados nesse ofício demonstram uma forte vontade dos músicos em colaborar para a solução de nossos problemas, alavancados na nossa experiência e conhecimento dos pormenores técnicos e artísticos na nossa profissão e no nosso trabalho na Fundação OSPA. Assim sendo, gostaríamos de propor uma mobilização permanente e ações pontuais que possam atingir nossos objetivos nos seguintes itens:

* Condições de trabalho na sala de ensaio do Cais Mauá: ainda não foi encontrada solução satisfatória na questão acústica e no tratamento adequado do volume sonoro da sala de ensaios. Isso tem causado com que os o volume de som (em decibéis) produzido na interação dos instrumentos com esta sala esteja muito acima do adequado e permitido para a saúde auditiva no exercício da profissão. Lembramos que, simplesmente, distribuir protetores auriculares (ou “tampões de ouvido”) não resolve a situação, além de ser algo completamente contrária à natureza de nossa profissão, onde necessitamos escutar os colegas e diferentes instrumentos. Assim sendo, sugerimos a realização de estudos técnicos por profissionais qualificados que possam minimizar o problema do forte e excessivo volume sonoro a que somos diariamente submetidos. Sugerimos que essa reforma seja realizada imediatamente, aproveitando o período próximo de recesso da orquestra. Lembramos que para o mês de agosto estão programadas obras sinfônicas que exigem grande número de instrumentistas com conseqüente aumento do volume sonoro.

* Garantia de utilização da sala de ensaios no Cais Mauá pela OSPA enquanto perdurar a construção do Teatro: com a abertura da licitação do “Projeto de Revitalização do Cais Mauá” é de importância capital assegurar a permanência na sala de ensaios (adequadamente adaptada e tratada) para a continuidade do trabalho. Lembramos que a orquestra já esteve, provisoriamente, abrigada no Salão Alberto Pasqualini do Palácio Piratini e é fundamental que encontremos uma solução duradoura para as instabilidades e incertezas que súbitas e inesperadas mudanças provocam. Sugerimos que sejam buscadas soluções e alternativas junto às autoridades competentes e realizados contatos e negociações para que a Orquestra não seja obrigada a desocupar a sala até que esteja concluída a construção do Teatro Sinfônico.

* Construção do Teatro Sinfônico da OSPA: mobilizar a sociedade e sensibilizar as autoridades para a construção através de ações afirmativas e integradoras no local. Realização de concertos e manifestações no terreno com mobilização e ações pontuais de músicos, administração, mídia e sociedade em prol da construção do Teatro (antes da Copa do Mundo de 2014).

* Reativação do Conservatóro Pablo Komlós (antiga Escola de Música da OSPA): contratação de 12 (doze) professores através funções gratificadas (FG´s) voltando a atender uma média de trezentos alunos que atuam como multiplicadores culturais. (processo nº. 145-1157/06.9, Gratificação para Professores de música da escola da OSPA)

* Realização de concurso público para suprir vagas na orquestra e administração da FOSPA. (processo 148-1157/06.9, Concurso ).

* Equiparação da matriz salarial com orquestras similares no Brasil através da implantação do Quadro Geral da Fundação OSPA.

Também comunicamos que estamos retomando nossas atividades orquestrais uma vez que foram realizados acenos positivos quanto ao reajuste na manutenção dos instrumentos (cf. ofício n 03/2010 e processo nº. 101-1157/06.0) e, assim sendo, voltaremos a utilizar nossos instrumentos particulares para a realização de ensaios e concertos programados pela Fundação OSPA. Aguardamos, ainda, a publicação do decreto pela. Exma. Sra. Governadora, Yeda Rorato Crusius, regularizando essa situação.

Colocamo-nos a disposição para auxiliar ou esclarecer quaisquer pontos constantes nesse documento, aguardando uma posição concreta e efetiva que ajudem-nos a sanar os problemas citados. Contando com sua compreensão e vontade, despedimo-nos.



Atenciosamente,

ELSDOR RICARDO LENHART
PRESIDENTE da AFFOSPA

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